A melhor compreensão de nós mesmos leva-nos à nossa história desde a infância até ao presente.
Em tenra idade absorvendo tudo o que nos é oferecido, a linguagem, como existir no mundo, como nos relacionamos com as figuras paternas. Tudo o que é falado connosco internalizamos sem questionar – incluindo mensagens sobre quem somos, quem são as outras pessoas e como nos relacionamos com elas.
Em função da subjetividade e incapacidade cognitiva inerente falta de maturidade acreditamos que o que acontece connosco é por nossa causa. Não temos ainda ferramentas desenvolvidas para que se consiga pelo menos a curiosidade para a compreensão dos comportamentos dos outros e que muitas vezes nada têm a ver connosco. Em adulto por vezes não temos espaço para essa consciência.
Os adultos dão e as crianças recebem. Que impacto terá tido no nosso desenvolvimento emocional em função daquilo que se recebeu dos cuidadores?
Seja porque haja mensagens diretas como: “és sensível demais”, “não chores, é feio”, “só me dás é dores de cabeça”, “não mereces” ou mensagens indiretas como: uma morte, separação, a forma como os pais se relacionam entre si e com os outros, se gritam, se dizem palavrões, se choram, se criticam, se desconfiados, se são ansiosos, verdadeiros ou mentirosos.
O foco é tão forte para absorver o que os pais que tanto amamos nos dão que a nossa construção interna se vai fazendo baseada na experiência externa e interna. Vamos desenvolver estratégias fundamentais para nos adaptarmos e sobreviver. A sobrevivência depende de ser amado pelos cuidadores. Portanto, trairemos, negaremos ou reprimiremos partes de nós mesmos.
Os nosso pais também passaram pela experiência da infância e de crescerem acompanhando a experiência das suas vidas. O mesmo será connosco nos cuidados que vamos oferecer os nossos filhos. Por vezes emoções que passam de geração em geração.