Por vezes não é fácil lidar com emoções, especialmente se se experienciar emoções intensas e que ocupam muito espaço no nosso dia-a-dia. Sentimentos difíceis como a ansiedade, raiva, stress, pânico, entre outros, podem assumir algum tipo de controlo da nossa vida.
Tendo em consideração a nossa história de vida, as nossas origens, a cultura onde estamos inseridos, a lógica em que vivemos, entre outros, lidar com emoções fortes pode ser particularmente difícil.
Quantas vezes vamos na rua e alguém nos cumprimenta perguntando, “então, está tudo bem?” O que muitas vezes se responde, poderia ser: “está tudo bem, obrigado” ou “vamos andando”. É um facto, que em determinados dias mais difíceis poderíamos ser verdadeiros e responder partilhando o quanto mal nos estamos a sentir. A maneira como se lida com as emoções varia de pessoa para pessoa, mas é comum que o evitamento da emoção ou a mudança de comportamentos sejam estratégias que utilizamos.
A estratégia de evitamento ou até mesmo bloqueio do sentimento de dor promove alívio interno, trata-se de uma proteção, que ao mesmo tempo cria distância, distância essa que nos afasta da resolução do problema, perpetuando-o. No entanto, a emoção tem um conjunto de papéis importantes. É como a luz vermelha que acende no mostrador de um carro e nos diz que algo de errado se passa.
As nossas emoções estão internalizadas desde muito tenra idade. Então por vezes a interpretação que é feita numa determinada situação baseia-se fundamentalmente nas respostas à emoção, respostas aprendidas e protectoras do sistema interno, tornando-se difícil fazer o que se sabe ser melhor para nós, mas que ao mesmo tempo não nos permitimos a aceder.
Quando se ouve a voz da emoção, ou seja, quando se concentra a atenção no medo, tristeza, vergonha, culpa, ou outra, podemos sentir a informação que nos é partilhada internamente apresentando curiosidade, calma e clareza. As decisões da nossa vida tendem a ser tomadas com mais segurança e autoconfiança.
No fundo é necessário prestarmos atenção ao sentimento, sem que ao mesmo tempo dele se faça parte, é preciso criar espaço seguro para ouvir a história da emoção, estar com ela e para ela.
Reinaldo Diniz