Porque alguém iria querer sabotar os seus próprios esforços? Se formos mais objetivos na questão, qual é a motivação e a lógica subjacentes à auto-sabotagem?
Todos nós já passamos por situações ou temos alguém conhecido que poderia ser muito bem-sucedido, realizado, mas que invés disso acaba por falhar nos seus objetivos através de comportamentos repetitivos que lhe são prejudiciais.
Não é incomum ter em terapia pessoas que procuram desesperadamente alcançar um objetivo pessoal – tal como conseguir estar numa relação, conseguir equilíbrio financeiro, perder peso, conseguir estabilidade profissionalmente – no entanto, e de alguma forma, encontram-se envolvidos em comportamentos e crenças que indiretamente ou mesmo ativamente os impedem de alcançar esses desejos e objetivos. Não terminar o que foi começado, pouca paciência, irritabilidade, arranjar desculpas, falta de foco. A auto-sabotagem muitas vezes não é clara, pode ser subtil, e acaba por impedir que se atinjam os objetivos.
O que muitas vezes acontece é que existe um propósito. Existe uma intensão positiva, uma necessidade protectora e menos visível por de trás da auto-sabotagem. Comportamentos indicativos de que ao nível interno se está tentar atender a uma necessidade psicológica e emocional. Essa necessidade pode não ser reconhecida.
Apresentar curiosidade e ir ao encontro da história é o primeiro passo para percorrermos este longo trajeto de mudanças comportamentais.
Criar espaço, confiança e segurança para o acesso à consciência, num ritmo de descoberta, com respeito e clareza interna fundamental para que as mudanças ocorram, não como uma luta, mas sim, porque faz sentido.
Reinaldo Diniz