Parece que algo está em falta e que a sensação de vazio teima em não ficar preenchida. A sensação de que sempre nos iremos sentir sós, que certas coisas nunca nos permitirão alcançar a realização pessoal ou, até que, nunca seremos ouvidos ou entendidos. Não é fácil definir a privação emocional de carência afetiva e talvez seja das necessidades psicoterapêuticas mais comuns.
Afastamos, sequestramos ou exilamo-nos do resto da nossa experiência. Talvez em função dos sentimentos de dor e desconforto que surgem em nós, ou dos eventuais sentimentos de vergonha que possam acompanhar a experiência.
Para que possamos ver e cuidar da privação emocional é preciso o seu reconhecimento, o que não é fácil.
O vazio da carência procura soluções olhando para fora de nós mesmos. Uma tarefa árdua, satisfazer a necessidade de apego e de sentir-se valorizado por alguém, quando em simultâneo é preciso lidar com pensamentos e sentimentos críticos internos ligados a essa carência.
Quando não se consegue prestar atenção a essa necessidade interna, ocorre a necessidade de procurar suprimir essa carência externamente, seja com o parceiro, com amigos, com filhos, com comida, com álcool, ou outros, que irão atuar como protetores.
Quando se olha para dentro e se presta atenção à carência afetiva interna e se ajuda a aliviá-la dos seus fardos, não precisamos mais de esperar que seja a ajuda externa a preencher esse vazio. A magia de que o outro possa ler as nossas emoções e que o faça ir ao encontro das nossas necessidades deixa de ser o foco. É muito gratificante quando se consegue encarar as necessidades sem delas fugir.
Se se encontra numa situação de fragilidade emocional e gostaria de saber como lidar com a situação, sinta-se à vontade para entrar em contacto comigo e falarmos acerca do assunto.
Reinaldo Diniz