Porquê tanta Raiva

Muitas pessoas procuram estratégias para lidar com a raiva. Encontrar estratégias pode ajudar, mas tal como um penso rápido numa ferida profunda pode não ser suficiente para curar a ferida.

Permitir-se ao entendimento dos próprios processos e do que pode estar por de trás deles, é sem dúvida um desafio. Aceitar que é preciso olhar para dentro não é a mesma coisa que sentir raiva tanto emocional, como fisicamente. Queremos muitas vezes seguir em frente sem ter de olhar para trás, a ideia de olhar para dentro ativa apreensão e desconforto. O medo de olhar e trazer memórias que desejamos não revisitar, não pode ser descurado. Procurar um entendimento claro no sentido de perceber porque é que a raiva faz o que faz, implica parar e ter curiosidade. Não é fácil, ainda para mais tratando-se de “raiva”, um sentimento que muitas vezes se apresenta explosivo.

A raiva é uma reação corporal à ameaça. Quando estamos com raiva, o nosso corpo é inundado de hormônios como a adrenalina, que nos ajudam a gerir o perigo combatendo-o ou fugindo.

É difícil parar o ciclo vicioso que se instalou e que nem se sabe bem porquê.

As emoções muito profundas são as menos visíveis, desenvolvemos emoções e sentimentos secundários que procuram dar resposta a emoções difíceis que não podem ser re-experienciadas. Quando essa resposta é bem-sucedida, emoções secundárias como a raiva vai estando cada vez mais presente, e até por vezes oscilando com sentimentos de tristeza.

A psicoterapia procura ir ao encontro dos sentimentos subjacentes à resposta inadequada de raiva. Com curiosidade, calma e com sentimento de segurança permitir-se à exploração interna e obter mais opções de respostas emocionais a qualquer estímulo dado.

Reinaldo Diniz